Relatos da Oficina de Edição

Desde o princípio estamos trabalhando com um número reduzido de participantes fixos. Os diálogos e os assuntos sempre foram abordados de forma transversal, pois compreendemos que para falarmos da edição de vídeo, temos que compreender diversos universos de saberes técnicos e humanos.

Paralelamente, trabalhamos com as idéias de construções narrativas e exemplos de como ouvimos, compomos e contamos as estórias em nosso cotidiano e de como necessitaríamos nos conscientizar disso para o momento da edição. De como o cinema comercial, a televisão trabalha isso para criar um ritmo de edição que não estimula a reflexão sobre os fatos narrados e nos põe passivamente em frente à televisão. E das dificuldades de passarmos de espectadores passivos a analistas da programação que nos é oferecida.

Como todo o processo de edição é feito em computadores, e é base do nosso processo de troca de saberes estimular o domínio das ferramentas de trabalho, os participantes estão tomando contato com os princípios de funcionamento das máquinas e dos sistemas que executam seus programas. Coerentes com essa filosofia, adotamos exclusivamente o uso de sistemas e programas livres (GNU/Linux), o que confronta hábitos e idéias sobre o computador que os participantes tinham. A aceitação ao convite de ‘sair da zona de conforto’ e ‘abrir o capô e conhecer o motor e tambám a estória de sua evolução’ é boa, o que não significa que não haja dificuldades, especialmente devido à falta de possibilidade de pesquisas e estudos em grupo a partir de pesquisas de internet motivadas pelas dificuldades surgidas em sala.

Sobre o processo de edição, operação do programa, os participantes já tem boa noção e estão se apropriando tanto da manipulação como dos conceitos técnicos dos diferentes saberes envolvidos no processo (formatos de vídeo, resolução, compressão, velocidade) e também estéticos (ritmo de montagem, composição, análise e correção de fotografia (cor, contraste, luminosidade, texturas,…)

Como dificuldade imprevista, temos a lentidão do processo de conversão do formato de vídeo em alta definição (AVCHD) para o sistema de edição livre escolhido. Estamos trabalhando para compreendermos e encontrarmos um fluxo de trabalho com a melhor relação de qualidade/agilidade.

Abraços!
Angel